Ambos os autores, tal como foi afirmada pelas nobres
professoras, são críticos das tradições morais e religiosas sendo que Nietzsche
da ênfase na individualização do agir e Focault no uso do poder para controlar.
Começaremos primeiramente fazendo uma análise superficial e
fria de Nietzsche, até mesmo porque suas teses são anteriores à de Focault, em
seguida, analisaremos Focault que de antemão digo, em minha humilde opinião,
que muito escreveu e pouco ensinou.
Nietzche ensinava que à moral é uma ilusão, uma coisa criada
para fazer com que homens obedeçam a outros homens logo, tem se que seu
ensinamento principal é a individualização. Ele também alegava que o que é bom
pela moral tradicional ensinada aos homens, é diferente da bondade ensinada
pelo Cristianismo. Isto não é tão difícil de perceber agora que, tal qual
Nietzsche, podemos fazer uma “genealogia” do passado, em especial de sua época,
e analisar os poderes exercidos tanto pelos nobres quanto pelos religiosos para
fazer aquilo que Nietzsche refere-se em seus ensinamentos.
Ele, por exemplo, dizia que “eles [os nobres] tomaram para
si o direito de criar valores, cunhar nomes para os valores” (ESTEFANI e ZEVALLOS
apud NIETZSCHE, 1998, p. 19)[1]
e com isso, justificar seus feitos fosse eles bons ou maus. Segundo ele, as
classes dominantes [os nobres] adoravam colocar tradições morais ou religiosas
e que um desapego delas seria a melhor opção. Deste ensinamento dele podemos entender que os
nobres tomaram valores para si dizendo e ensinando “o que era bom” de acordo
com seus interesses. Ele também ressalta que o homem veio ‘de fabrica’ com dois
instintos preponderantes, a saber:
1.
Instinto de rebanho, cuja principal lógica é
obedecer, principalmente, por causa do medo de futuros ‘danos’ supostamente
decorrentes da ‘não obediência’ ao que socialmente é valorizado. A isto ele chama
de “moral do escravo”;
2.
Instinto do espírito livre, cuja principal lógica seria à de
satisfazer o prazer, a determinação, e a liberdade de vontade. Este ele chamava
de “moral do senhor”.
3.
Em suma, Nietzsche ensinava a individualização
acima de tudo: “nada há é mais ruinoso do que o dever impessoal”. (ESTEFANI e
ZEVALLOS apud BOMBOSSARO, 1998, P.64).
Já o contemporâneo Michel Focault concentra suas explanações
em teses que analisam o poder e seu uso nos diversos grupos da sociedade, pois
para ele, não existe sociedades livres de relação de poder e em sua obra “Vigiar e Punir (1975), o
autor realiza uma crítica aos saberes disciplinares que se constituem como
formas de controle individual e social” (ESTEFANI e ZEVALLOS)[2]. Ou seja, para ele, até a forma de educação
da sociedade ou da família é uma forma de poder e controle das ações
individuais.
Conclusão:
É impossível não
discordar de ambos, pelo menos em partes, e principalmente de Focault. Pois,
como bem sabemos por Rousseau em sua obra O
Contrato Social algumas regras e normas fazem se necessárias para o bem
viver em sociedade. Portanto, se não
existe crítica a crítica de Focault, eu então o farei: Focault parece não falar
nada com nada, dizer por exemplo que “ o poder é praticado a partir de inúmeros
pontos e em meio as relações desiguais” é para mim, como dizer que a chuva
molha ou que no oceano tem água. Em
suma, ele muito gira em torno de muitas palavras para dizer coisas obvias e não
faz uma análise crítica de sua própria crítica.
Já pensou aonde iríamos parar se absolutamente zerássemos toda e
qualquer meio de controle social? Seria um caos! Seria o fim da própria
humanidade! Talvez, de Focault, o único pensamento útil que se pode tirar dele,
ironicamente é o seguinte:
O poder não se encontra
num lugar ou grupo específico, mas perpassa toda a estrutura social, através de
instituições ou dispositivos, ligados socialmente, como, por exemplo, as
escolas, as fábricas, os meios de comunicação etc.: “O poder está em toda
parte; não porque englobe tudo, e sim porque provém de todos os lugares”
(FOUCAULT, 2007, p. 103).
É saber o que já sabemos. Que o poder, está em toda a parte.
Quanto ao filme assistido, Das Experiment-2002, em sua essência, podemos perceber duas coisas.
1.
Citação de escritura religiosa: Aprendemos,
por tristes experiências, que é a natureza e índole de quase todos os
homens, tão logo suponham ter adquirido um pouco de autoridade, começar a
exercer imediatamente domínio injusto[3].
2.
Citação no texto: dê poder a um
homem e você o verá fazer coisas horríveis. Tire de outro homem a sua dignidade
e ele fará coisas ainda piores [4].”
[1] Extraído do texto A
crítica à moral em Nietzsche de Jaqueline Stefani e Verónica G. Zevallos.
Disponível no acervo da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
[2] Extraído do texto A
crítica à moral em Focault, de Jaqueline Stefani e Verónica G. Zevallos.
Disponível no acervo da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
[3] Extraído de uma escritura
de A Igreja de JESUS
CRISTO dos Santos dos Últimos Dias chamado de DC: 121:39, disponível em: https://www.lds.org/scriptures/dc-testament/dc/121.41-42?lang=por
http://sociedaderacionalista.org/2011/10/26/filme-detencao-2010/
acesso em 18 de Maio de 2016.
REFERÊNCIAS
IGREJA S.U.D. Doutrina
e Convênios. Disponível em:
ROCHA,
Luciano. Filme: Detenção(2010). Disponível em:
STEFANI, Jaquelini e
ZEVALLOS, Verónica G.(sine data), A crítica à moral em Nietzsche,
Acervo da Universidade de Caxias do sul (UCS).
STEFANI, Jaquelini e
ZEVALLOS, Verónica G.(sine data), A crítica à moral em Focault, Acervo
da Universidade de Caxias do sul (UCS).
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